Eu tinha voltado muito tarde em casa, nunca tinha percebido a frequência dos gatos no telhado vizinho, que eu podia vê-lo através da janela. Minha gata Amélie é uma vira-lata, com olhos verdes, com seus maravilhosos 5 anos, preta e branca, ela gosta muito de passear, mas volta sempre. Amélie vive uma vida boa de sofá, comida e sofá. Amélie é um cachorro disfarçado de gato, é muito manhosa, gosta de ser o centro das conversas, é vaidosa e dorminhoca.
Há um gato preto na rua que sempre paquerou Amélie, ele já é bem conhecido. Em termos humanos, podemos dizer que ele é o canalha da rua, já transou com gatas, já transou com gatos. É um desses animais que prestam serviço público, oferecem prazeres, não pertence a ninguém, é da rua. Ele geme igual a um humano, tanto que, várias vezes, foi confundido com um humano.
Minha mãe, esses dias, perguntou para mim:
- seu namorado estava aqui?
- namorado? Mãe, não namoro ninguém
- mas, eu escutei gemidos, você não anda trazendo homens pro seu quarto?
- claro que não, mãe (rindo)
Eu tinha voltado muito tarde em casa, mas a orgia começara às 16h, nenhum humano foi convidado. Então, ouvi gemidos, eram gatos. Aí, eu percebo que o telhado vizinho, na realidade, era um disfarçado motel de gatos, por isso, a frequência era tão alta. Era duas horas da manhã, eu morrendo de sono, não sabia exatamente o que fazer. O som de gemidos era ensurdecedor.
O que eu senti foi inveja da festa dos felinos. A ponto de querer ser chamada para diversão, eu fiquei embaixo das almofadas, tentando contar elefantinhos azuis. De repente, a Amélie pulou em cima de mim, estava fugindo. O gato preto (o canalha da rua) olhou para nós duas, com uma mistura de ódio e desejo, eu fiquei sem entender o acontecimento. Amélie ficou escondida sob meus pés, o gato preto foi embora, a minha gatinha olhou dissimuladamente para mim, como se pedisse desculpa pela noite que passou fora. Eu fui tomar água, ela me seguiu até a cozinha.
Tomando água. Ouvi: MI.... AU.... AU... AU.. MI.. AU... AU.. Os gatos gozavam, eu não consegui dormir. Amélie, despreocupada, foi dormir no sofá. Eu sentei ao lado da minha gata, pensando: " a vida sexual desses gatos está mais divertida que a minha, viu". Mi... auu... auuu.. auuu.. Mi.. au... au..Amélie dormiu como um anjinho, eu engoli goles d'água, pensando: "essa gatinha saí à noite, se diverte, depois volta aqui e dorme no sofá como se não tivesse acontecido nada. Eita vida boa! Eu queria dormir assim".
Resultado: quando o humano não dorme, os gatos fazem a festa.
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