Não é por estar na sua presença meu prezado rapaz
mas você vai mal/ mas vai mal demais
mas você vai mal/ mas vai mal demais
[...]
e se vai continuar enrustido
com essa cara de marido
Por trás de um homem triste
há sempre uma mulher feliz
atrás de uma mulher mil
homens sempre tão gentis
Deixa a menina sambar, rapaz!
Chico Buarque. Deixe a menina
O que eu posso dizer? É uma história
comum. A última coisa que eu me lembro ver: foi a paisagem na minha janela. A
imagem da minha visão era inteira de prédios, pessoas selvagens tropeçando umas
as outras e um céu, tão poluído, que já tinha perdido o tom azul puro. Há muito
tempo, não tinha recordações sobre o sabor do mar, o cheiro de ar verdadeiro e
noções de pessoas que olham umas as outras, principalmente, quando andam
banalmente.
Quem eu sou? Desculpa, minhas amadas
mulheres, essa não é a pergunta certa. Se fizeram essa pergunta, erraram. As
perguntas certas são: o que eu estou fazendo? Pra quem eu faço o que eu costumo
fazer sempre? Eu sou jornalista investigativo, moro no centro de São Paulo,
sempre morei sozinho. Trabalho no Jornal
“Notícias toda a hora”, uso o pseudônimo Gregor Fernandes, é o meu nome falso para
proteger a minha vida pessoal. Os meus textos são muito lidos pela população. Por
que? Porque eu escrevo as coisas que a população quer ouvir.
Por exemplo, conheço uma cantora
travesti de punk rock, o nome dela é Aline, mas ninguém quer ouvir o que ela
pensa do mundo. O que as pessoas querem ouvir? É a morte dos travestis, é como
eles não conseguem sustentar a própria vida, simplesmente, porque existem do
que jeito que eles existem. Esse exemplo é bem simples, mas tem outros. Eu conheço um negro chamado Erik, ele é
leitor de Proust e conhece quase tudo a respeito do impressionismo francês no
piano. Mas ninguém quer ouvir a vida de um homem culto e o seu conhecimento de
arte, principalmente, se esse homem não é um homem erudito branco. Por isso, eu
escrevo sobre a morte de pessoas, miséria e decadência, os meus leitores ficam
eruditos em cima de miséria e destruição. Na maioria das vezes, os leitores de
jornal ficam eruditos em cima da destruição de pessoas densas. A vida não é
justa, minhas leitoras, a miséria é um atributo da beleza e da inteligência.
Não fiquem tristes, moças bonitas.
Quanto a mim, não posso dizer que já
me importei com o mundo. Mas também não posso dizer que nunca me importei. Eu
sempre dormi em paz em um apartamentinho, pagando as contas do fim de mês e
comprando boas roupas. Sempre dormi bem, tenho boa alimentação, sou até
vegetariano, nunca tive pesadelos.
Minhas lindas mulheres, peço que não
criem um juízo errado de mim. Ainda não contei a minha história. Eu sou um
homem canalha. Descobri isso depois que eu morri. Quando isso aconteceu? Alguns
meses, seis ou oito; não sei direito. Perdemos a noção do tempo depois da
morte, aprendemos a nos lembrar e, depois, (é o que dizem) esquecemos de tudo.
De algum modo, esquecer é uma dádiva. Ainda bem que todos nós, um dia,
inevitavelmente, seremos esquecidos.
Eu estava no meu quarto. A padaria e
um prédio foram as últimas que eu vi, quando eu era um homem vivo. Conversava
com Angélica Natel, ela tinha me dito:
- você nunca amou ninguém, você só
amou você mesmo. Você é um canalha! – Angélica, talvez, bateu a porta do meu
apartamento com raiva e foi embora. Ela cambaleou e pediu um Táxi, voltou para
casa que ela tinha construído com o seu primeiro marido Matheus. Angélica
queria estruturar a família dela, era uma mulher de 36 anos que estava perdida,
o esforço em construir uma imagem, um casamento, uma casa e um mundo não
significava nada. Ela era uma mulher sozinha no mundo, nunca tinha se dado
conta disso, sempre se entregou demais para ser amada. Nunca amou.
- eu nunca disse que eu era teu –
acho que eu disse isso na nossa última briga
- mas você disse, eu me lembro, -
Angélica já chorava copiosamente, desnuda. Era uma linda mulher triste, pedindo
para não ficar sozinha, - eu me lembro. Você disse que me amava, que não ia me
abandonar. Agora, você tá me abandonando.
- eu não estou te abandonando,
Angélica. Eu só estou sendo a pessoa que eu fui sempre.
- você me prometeu – gritava Angélica.
- eu prometi que ia amar você. Eu te
amo muito. Mas não te prometi exclusividade
- é isso então? Vai me largar por
aquela vadia de vestido preto
- ela é minha amiga
- eu também fui sua amiga antes de
ficar com você
- foi uma consequência
Angélica estapeou o meu rosto.
Caminhei até a janela e vi o prédio:
- vai embora – eu disse
- você nunca amou ninguém. Você só
amou você mesmo
Fiquei em silêncio. Angélica bateu a porta
e foi embora. Cambaleando, quebrou o salto, andou descalça pela rua. Era a mais
triste de todas as mulheres, procurando um táxi para ir embora. Ela desapareceu quando entrou no táxi, o
automóvel levou a mulher para sua doce prisão domiciliar. Então, eu vi a
padaria.
Entraram no meu apartamento, só ouvi
os sons de tiro. Morri.
Um dia antes da minha morte, conversei
com a minha melhor amiga Billy Carrey. A risada de Carrey era o traço que a distinguia
dos outros mortais, cabelos longos, ruivos. Era uma mulher deslumbrante, provavelmente,
seria uma namorada, talvez, até esposa. Mas nós dois tínhamos tudo em comum, inclusive
o gosto sexual. Gostávamos muito de mulheres.
- você sabe que eu gosto de todo o
tipo de mulher
- eu sei Pablo, sei sim – Carrey disse,
- você é currículo! Querido, você é currículo pras mulheres
- essa história de currículo! Só você
mesmo – eu respondi rindo – enfim, eu gosto de mulher:
- as feias e as bonitas – (Nós, eu e
Carrey, falávamos juntos), - não importa, o que importa é mulher
- como vai com a Milena? – eu perguntei
- ela sumiu. Está com problemas com a
mãe. É uma pena, gosto muito dela, Pablo, gosto mesmo. Mas essa situação é
muito tensa para nós duas, a mãe dela é uma louca, já ameaçou a filha de morte,
já me ameaçou de morte. Ontem, a mãe da Milena tentou se matar. A Mileninha
está arrasada, eu não sei o que fazer. Me sinto impotente.
- nossa Carrey! Que barra pesada!
Carrey se despediu de mim, foi
embora, beijou o meu rosto.
- você! Meu querido, tem muita mulher
do seu lado, tem mulher demais – ela riu, - eu fico até confusa. Se cuida,
rapazinho, se cuida!
- você também! Mas onde você vai?
- tô atrasada, tenho que convencer um
cliente a comprar um apartamento e eu já devia estar na Vila Maria. Mas, depois,
você me conta sobre a sua vida, eu quero saber como está esse coração, eu quero
saber como anda essa cabeça confusa. Beijo, querido!
- tchau Carrey!
Carrey foi embora, caminhou até o
carro vermelho dela. Era, de fato, uma mulher deslumbrante. Nesse dia, eu falei
com um dos meus grandes amores, mesmo um homem como eu que assume esse estilo
de vida, tem um ou dois (ou mais) mulheres inesquecíveis que marcaram a trajetória.
Era uma mulher comum, o nome dela era Sofia.
Provavelmente, o homem que tocava as costas nuas dela era o novo
namorado, estava apaixonada. A paixão é um bom ingrediente para beleza.
O novo namorado não era muito atento.
Sofia me percebeu, olhou-me desafiante. Eu senti o desejo original por aqueles
finos lábios, belos e únicos. Não resisti, abracei minha velha conhecida e não
perguntei como estava, perguntei como sentia. Sofia respondeu:
- estou um pouco sem saber como
responder essa pergunta – Sofia riu
- tá bem? Não tá bem?
- tô bem. Não sei se já disse. Mas
tenho a impressão que você, Pablo, usa essas perguntas pra atrair mulheres
- não entendi – eu respondi
- você faz perguntas desconcertantes,
porque é o seu maior charme. Você é um homem irresistível mesmo, não por que é
belo, nem é questão de grana. É questão de....É questão de... de..
- de quê, meu amor?
- você não quer saber o que as mulheres
querem. Isso é engraçado! Antes de conhecer você, eu tinha tanto medo, me
sentia tão insegura, não sabia ficar sozinha de jeito nenhum. Quando eu te
conheci, tudo mudou, você me ajudou a não ter mais medo
- você tinha medo? Do que você tinha
medo?
- eu tinha medo de ficar comigo.
Hoje, eu posso ficar com qualquer um, Pablo, posso ficar com qualquer um sem
apriosionar. Porque eu gosto de ficar comigo
- fui eu que fiz isso? – perguntei surpreso
- não foi não. Fui eu. Mas você deu
um empurrãozinho.
Ela beijou o meu rosto. Eu também a
beijei no rosto. Cinco minutos em silêncio, nós dois não nos aguentamos, nos beijamos
na boca. O novo namorado viu e ficou enfurecido.
- você tá louco, mano!
Ele disse:
- ela é minha namorada! Ela é minha
mulher!
Sofia tentou separar a briga. Eu
fiquei quieto.
- você entendeu? Ela é minha
namorada, não é sua!
- desculpa, eu não vi a placa na
cabeça dela dizendo: “propriedade do Zé ruela”
Eu beijei o rosto da Sofia. Não tenho
espírito de homem briguento, sou muito covarde. Sofia tentou acalmar o Zé Ruela,
mas era um homem estúpido.
- cala a boca vadia!
Eu disse:
- babaca! Não chama a Sofia assim
Ele tentou socar o meu rosto. Eu
soquei primeiro. Em qualquer briga, (como eu já me meti em algumas, porque
sempre tem um homem estúpido em algum lugar), é sempre bom ser rápido e dar o
soco primeiro. Sofia vestiu o casaco, caminhou para casa. Eu corri atrás da
moça.
- vai embora assim?
- ele era um homem idiota, não é
mesmo?
- parece que sim – eu disse
- nós, mulheres, nunca nos livramos
de um idiota, né – ela disse sorrindo
- me desculpa – eu respondi
- se desculpar, não precisa, dessa
vez, você fez um papel que não combina com você
- é! Papel de bom moço e decente
nunca foi a minha cara – eu disse
- nunca foi mesmo. Ainda bem. De bons
moços, o mundo tá cheio. Acho que é por isso que o mundo anda chato e tedioso –
Sofia sorriu.
- isso é verdade! Por favor, Sofia,
não deixa que esse babaca faça parte da sua vida de novo
- não vou deixar não – Sofia disse, -
mas, você tem razão
- tenho?
- tem sim. Nunca esqueci a cantada
que você me deu
- do canalha
Ela riu e disse:
- um canalha é mais feminista que as
feministas. Ele vai fazer tudo que não pode com os dogmas sexistas que uma
mulher aprende, vai tirar a moça da zona de conforto e, depois, vai pedir para
que ela siga adiante sendo ela mesma
- eu falei aquilo de piada – eu disse
- é uma piada com algum fundo de
verdade. Tchau, moço!
Sofia beijou minha boca. Ela caminhou
pela calçada escura, o seu belo corpo desaparecendo entre a escuridão. O humor
é uma arma contra os opressores, sem dúvida, é a arma mais impactante, porque
só entende o humor quem compreende a cultura e o imaginário que vive. Essa
piada de canalha só entende uma mulher que aprendeu o que é viver com dogmas
sobre o que é ser mulher. Por isso, escrevo para elas, às vezes, escrevo para seduzir
e tirar as suas roupas; às vezes, eu escrevo, porque eu quero transformar o
mundo em um parque de diversão de canalhas.
Se um homem canalha é perigoso para
nossa cultura, imagina uma mulher canalha. Sofia tinha aprendido muito com o
nosso passado, eu a amei tanto, ela me amou tanto. A nossa escolha foi, em
respeito ao amor, nos deixar plenamente livres e nos preocupar um com outro. Sofia
caminhou firme e livre. A beleza não é o
único atributo que deixa uma mulher irresistível, a liberdade é um atributo ainda
mais sedutor. Um babaca tem medo de mulheres livres, mas perde a cabeça quando
encontra uma mulher como Sofia, porque o que ele quer não é a Sofia, ele quer a
posse da liberdade dela. Um babaca sente ciúmes é da maneira idiossincrática
que uma mulher, como a Sofia, vive a vida; ele não a deseja, ele deseja a vida
da Sofia, deseja a liberdade e não a pessoa. O poder é a pior droga, nós,
homens, aprendemos serem homens por causa desse vício, nos embriagamos de
dogmas e viramos exatamente o que somos. Babacas.
Eu me libertei dessa condição, não
sou um babaca. É importante fazer essa distinção, uma coisa é ser um babaca, outra
coisa muito diferente é um homem canalha. O Zé Mané do ex-namorado da Sofia
tentou correr atrás dela pelas ruas, eu estava no meio do caminho, ele me
bateu. Eu apanhei, a polícia apareceu logo em seguida.
- ele tentou agredir uma mulher
- você quer deixar uma queixa
- quero sim
O ex- namorado Zé ruela da Sofia foi
preso pela polícia. Pelo que sei, Sofia arranjou outro namorado. O Zé ruela
ficou triste, chamou a moça de vadia, de vagabunda e falou para um amigo meu
assim: “ela não trepa bem!”. Espalhou a notícia. Sofia estava feliz, mesmo com
outro namorado, ela nunca me abandonou, nunca se importou e caminhava firme. É,
meu amigo Zé ruela, você precisa entender que a mulher sorri com outros homens
e você só vai espalhar notícias falsas. Você, Zé ruela, lambuzou-se de poder e
masculinidade. Você, Zé ruela, é só mais um babaca solitário e Sofia me disse
que você quando criança, para comprovar o seu poder, media o tamanho do seu pau
em frente os seus amigos. Além de babaca, você é um inseguro, não tenha dúvidas
que ela usou essa insegurança para tirar um sarro. Não tenha dúvidas, Zé ruela,
ela atingiu o objetivo que queria. Transou com você e foi embora para sempre.
Você acreditou que o seu pau era grande, bonito e gostoso. Você acreditou, Zé
Ruela, mas ela só encheu mesmo a sua bola e massageou o seu belo ego
previsível. Zé ruela seja um babaca, fica mais fácil para mim, porque enquanto
existir homens assim, os canalhas ainda terão uma função no mundo. Eu vou comer
as suas mulheres e elas vão aprender a ser exuberantemente livres.
O namorado da Sofia foi o último Zé
Ruela que enfrentei corpo a corpo. Angélica Natel, a última mulher da minha
vida, tinha um marido muito ciumento. Eu suspeito que foi esse homem que me
assassinou. Mas não tenho certeza. Na primeira cena, eu disse que a última
coisa que eu vi foram um prédio e uma padaria. Quando ouvi um barulho incompreensível
e morri. Foi um tiro no meu coração.
Angélica recebeu a notícia pelo
telefone. Sofia recebeu a notícia por Carrey. Elas se encontraram no meu
enterro.
- você conhecia ele? – perguntou Angélica
- conhecia sim – respondeu Sofia
- você foi mais outra vadiazinha
dele?
- eu fui uma mulher na vida dele. Eu
amei ele
- eu amei ele. Eu amei ele como
ninguém, entendeu, eu fui a única que amou ele de verdade. Você foi só outra
vadiazinha que ele usou e jogou fora – disse Angélica
- desculpa, moça, eu não vou fazer
essa cena ridícula. Eu vim me despedi do meu amigo
- Sofia, vem cá – disse Carrey, -
deixa ela se matar aí
- pera aí! – disse Angélica, - vem
cá, por favor
Sofia hesitou e disse:
- Carrey, tá tudo bem, eu não vim
aqui pra fazer cena ridícula nenhuma
- você vai ficar bem?
- vou sim – respondeu Sofia
- você tratava ele como amigo? –
perguntou Angélica
- eu vou tratar um homem que amei
como? Como um inimigo?
- eu também amei ele
- não duvido. Não vou brigar aqui pra
ver que amou mais ele. Nós duas amamos o mesmo homem
- eu sou casada
- cadê o seu marido?
- tá preso. Acho que, talvez, foi ele
que assassinou Pablo
- ele machucou você? – perguntou Sofia
- tentou me bater. Na verdade, ele já
me bateu algumas vezes, eu gostava dele, sabe, gostava mesmo. Sempre desejei
construir família, ter filhos e uma casa.
- um sonho comum
- pois é, eu sempre sonhei. Ele me
deu tudo isso, mas me tratava como um animal, eu obedecia. Teve um dia que eu
tava sozinha numa festa, usava a minha melhor roupa, ele não notou como eu
fazia tudo aquilo pra ele. Ficava horas na frente do espelho para ser uma
mulher bonita. Adivinha, então, quem notou isso? Pablo
- Pablo Barbosa Cubas! – Sofia riu
- ele me chamou de bonita, me deu
flores, me tratava como uma princesa, eu me sentia uma mulher especial. Fiz tudo
para ele, dei tudo pra ele, esperando que ele me libertasse de um casamento e
uma situação desastrosa
- ele não te libertou?
- não, ao invés disso, ele morreu
- bom, ele nunca teve talento pra
príncipe encantado
- mas ele me prometeu
- ele prometeu te amar, ele não te
prometeu a liberdade. A liberdade vem sempre de dentro pra fora, primeiro. Uma pessoa
livre não aprisiona ninguém, ao contrário, deixa livre para escolher. É claro,
ter uma consciência é um privilegio, ter subjetividade, então, minha querida, é
luxo! Luxo!
- por que você tá falando isso pra
mim?
- porque ele te amou, por isso, eu
também te amo. Por isso, eu te respeito
- mesmo que eu te odeie por ele ter
te amado também, mesmo eu te maltratando?
- mesmo assim
Sofia beijou Angélica no rosto.
Angélica se sentiu humilhada, chorou apenas. Eu
sorri, finalmente, eu morri bem. Minhas queridas leitoras, eu sou o
homem mais feliz do mundo, assassinaram-me literariamente. Há anos na história
da literatura ocidental, lindas mulheres morreram, os autores sempre mataram
essas figuras densas. Julieta morreu para se libertar e libertar Romeu, Ana
Karenina suicidou nos trilhos do trem por conta de amor, Lady Macabeth
enlouqueceu porque também queria o poder dos homens, Ofélia sabia demais,
morreu ambiguamente. Sofia não morreu, vive libertada de dogmas sexuais. Angélica
é uma mulher viva e, quem sabe, um dia se liberta desse imaginário genocida que
matou milhares de pessoas por conta do gênero feminino. Vocês, queridas
leitoras, ouviram a história do primeiro homem assassinado na literatura.
Também ouviram a história de duas mulheres que permaneceram vivas e continuaram
em frente.
Eu sou um homem morto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário